O estado nutricional das mulheres ao engravidar e durante a gravidez pode ter uma influência significativa nos resultados tanto da saúde fetal, infantil e materna.1-3 Deficiências de micronutrientes como cálcio, ferro, vitamina A e iodo podem levar a resultados de saúde materna e complicações da gravidez Que colocam a mãe eo bebê em risco.2,4-7 O fraco ganho de peso materno na gravidez devido a uma dieta inadequada, aumenta o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e defeitos de nascimento.2,3,8

A educação nutricional e o aconselhamento procuram melhorar as práticas nutricionais antes e durante a gravidez para melhorar a nutrição materna e reduzir o risco de resultados de saúde precários tanto nas mães como nos filhos.1 A educação nutricional e o aconselhamento centram-se na melhoria da qualidade da dieta, Que alimentos e quais quantidades eles precisam consumir, a fim de alcançar a ingestão dietética ideal. Isso também pode incluir aconselhamento sobre o uso de suplementos de micronutrientes recomendados durante a gravidez, como múltiplos suplementos de micronutrientes contendo ferro e ácido fólico. Educação nutricional e aconselhamento pode ser fornecido como parte de um pacote abrangente de educação para a saúde, incluindo componentes como a gestão do stress / ansiedade, cessação do tabagismo e os perigos do consumo de álcool e drogas e pode ser entregue através de uma série de canais, Ou outras sessões baseadas em instalações de cuidados de saúde.

Uma revisão sistemática de estudos que forneceram orientação dietética pré-natal com o objetivo de aumentar a ingestão de proteína e energia encontrou que o conselho de nutrição sozinho era suficiente para melhorar a ingestão de proteína durante a gravidez, reduzir o risco de parto prematuro em 54% e aumentar a circunferência da cabeça ao nascer.9 No entanto, não houve efeitos significativos sobre quaisquer outros resultados da gravidez.

A nutrição é o principal fator ambiental intra-uterino que altera a expressão do genoma fetal e pode ter consequências ao longo da vida. Esse fenômeno, denominado “programação fetal”, levou à recente teoria da “origem fetal da doença adulta”. Ou seja, alterações na nutrição fetal e no estado endócrino podem resultar em adaptações de desenvolvimento que mudam permanentemente a estrutura, fisiologia e metabolismo do Predispondo indivíduos a doenças metabólicas, endócrinas e cardiovasculares na vida adulta. Estudos em animais mostram que tanto a subnutrição materna como a sobrenutrição reduzem os fluxos sanguíneos placentário-fetal e o crescimento fetal. A síntese placentária comprometida do óxido nítrico (principal fator vasodilatador e angiogênico) e poliaminas (principais reguladores da síntese de DNA e proteínas) pode fornecer uma explicação unificada para o retardo do crescimento intra-uterino em resposta aos dois extremos de problemas nutricionais com o mesmo resultado gestacional. Há evidências crescentes de que o estado nutricional materno pode alterar o estado epigenético (alterações estáveis da expressão gênica através da metilação do DNA e modificações das histonas) do genoma fetal. Isso pode fornecer um mecanismo molecular para o impacto da nutrição materna tanto na programação fetal como na impressão genômica. Promover a nutrição ideal não só irá garantir o desenvolvimento fetal ideal, mas também irá reduzir o risco de doenças crônicas em adultos.

A nutrição infantil  nunca foi tão alta na agenda de saúde pública internacional como é hoje. A adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ea proclamação das Nações Unidas de uma Década de Ação sobre Nutrição (2016-2025) indicam que é necessária uma ação forte em relação à alimentação e nutrição. Além disso, o relatório da Comissão
Ending Childhood Obesity sublinha a importância de a Região Europeia da OMS rever as práticas actuais e promover políticas e acções para melhorar a nutrição materna, infantil e de crianças pequenas em toda a Região. Ao adotar o Plano de Ação para a Alimentação e Nutrição da Região Europeia 2015-2020, os Estados Membros da Região Europeia da OMS reconheceram a importância de abordar aspectos da nutrição precoce como um meio particularmente poderoso para combater a dupla carga da desnutrição. Os Estados-Membros e os seus governos nacionais adoptaram compromissos para reduzir as desigualdades em matéria de saúde e melhorar a saúde materna, dos bebés e dos lactentes numa série de documentos políticos a nível regional e mundial. Este relatório sobre a boa nutrição materna salienta a importância de proteger e promover a saúde pública através da melhoria da nutrição e do bem-estar das mulheres em idade reprodutiva, especialmente durante os períodos de pré-concepção, gravidez e pós-parto. Abrange diferentes aspectos das evidências recentes e das recomendações nacionais existentes, destacando as oportunidades de ação sobre a saúde nutricional materna no contexto da Saúde 2020. O estado nutricional pré-gestacional, materno e infantil varia de acordo com os grupos demográficos
E fatores socioeconômicos. As piores condições nutricionais maternas nas fases iniciais do ciclo de vida, durante o desenvolvimento fetal e no início da vida, podem induzir efeitos de curto prazo e de maior duração; Em particular, um risco aumentado de doenças não transmissíveis e obesidade ao longo da vida. A importância do impacto intergeracional da nutrição leva a novos desafios políticos e levanta questões críticas sobre a protecção e promoção da saúde pública através da nutrição materna e infantil.