Culinária e Gastronomia da Cidade de São Paulo - SP
Descobrir a gastronomia e culinária dominante de uma cidade traz como consequência descobrir um pouco de sua cultura e seu modo de viver em sociedade, no nosso caso iremos analisar a cidade de São Paulo e descobrir o que faz o paulistano tão ativo na cozinha, será que é por que é a terra da garoa? As receitas são passadas de avó para netos, de geração em geração; os ingredientes mais recorrentes; o jeitinho certo de se preparar os pratos; as delícias feitas especialmente para festas tradicionais, isso caracteriza a culinária de uma região, segundo o chef Ricardo Galache do Blogspot “Alquimia da Cozinha”
A cidade de São Paulo é conhecida pela riqueza e diversidade de sua gastronomia, onde é possível encontrar exemplares da culinária de vários cantos do mundo, resultado da influência dos imigrantes que aqui se fixaram. Mas, e o restante do Estado de São Paulo?
A típica comida de São Paulo tem suas raízes na mistura das influências dos índios, portugueses e africanos. Depois, principalmente do final do século 19 para frente, o caldeirão paulista foi ganhando e se apropriando de ingredientes e pratos trazidos pelos diversos imigrantes que foram se fixando por aqui.
Nos séculos 16 e 17 – ao contrário das capitanias do litoral nordestino, enriquecidas com a produção do então valorizado açúcar – São Paulo era muito pobre. A vida era muito difícil e a pouca variedade de alimentos forçava os primeiros colonizadores a serem criativos e flexíveis com o que havia disponível. Por essa razão, os hábitos alimentares indígenas foram fortemente absorvidos pelos portugueses e pelos primeiros paulistas nativos. Eles consumiam carne de caça, peixes, legumes, raízes (como a mandioca), pinhão, frutas nativas e milho, muito milho! Ele virou base para muitos preparados que continuam sendo consumidos até hoje, como: canjica, curau, pamonha e farinha de milho. Para se ter uma ideia do fascínio por este alimento, o historiador Sérgio Buarque de Holanda chegou a chamar São Paulo de “civilização do milho”.
A culinaria paulista teve uma forte influência das mais variadas culturas, começando com os portugueses, franceses, africanos, italianos, japoneses, alemães, entre outros.
Recheada com as mais variadas culturas, sotaques e tradições, a gastronomia paulista agrega fatores diferenciados entre a capital, o litoral e o interior. Claramente influenciada pelo mar, a culinária praiana abusa de elementos da cultura portuguesa (bolinhos, caldeiradas, ensopados). No interior, encontra-se a tradição caipira, entre a população mais simples, evidente nos costumes afro-indígenas misturados aos hábitos portugueses e à culinária dos tropeiros – que, apesar de ter praticamente desaparecido, ainda sobrevive em pratos típicos como a mandioca frita, o arroz carreteiro e o feijão gordo.
Alguns lugares chamam atenção, como Barretos, que exala a culinária típica dos tropeiros numa das maiores festas de peões boiadeiros do Brasil e Campos do Jordão, cidade turística frequentada pela elite, que é referência gastronômica no estado, e onde o fondue é uma preferência.
Durante os séculos XVI e XVII, período em que São Paulo ainda estava longe do desenvolvimento econômico, os hábitos alimentares surgiram de acordo com as condições de vida dos colonizadores e nativos. Desta maneira, os habitantes da área precisavam ser flexíveis e criativos para se sustentarem com o que a terra oferecia. Entre os alimentos da época, o milho, de influência indígena, era o mais utilizado.
Este cereal era transformado em farinha, pamonha, curau, canjica e servia para o preparo da jacuba, um líquido nutritivo feito à base de farinha de milho ou mandioca, água fria; e mel ou rapadura como adoçante. Entre outros hábitos dos nativos que foram absorvidos na culinária paulista estão as frutas, o pinhão, a mandioca, outras raízes, os legumes, os peixes e as carnes de caça (passarinho, lagarto, tatu, capivara).
De acordo com Roberto Tonin, Cientista Social e Diretor Executivo da Liga Paulista Pela Autonomia, a culinária paulista “tem raízes antigas, remontando aos bandeirantes, que se valeram de ingredientes da terra fornecidos pelos indígenas tais como a mandioca, cará, peixes, e de ingredientes importados da Europa, e produzidos aqui como o trigo, carne de bovinos e suínos, e de temperos e especiarias da Ásia, e mesmo de regiões das Américas como o milho, batata e tomate, importados por terra ou mar e mais tarde produzidos localmente”.
O interior de São Paulo foi importante na formação da culinária paulista. Com um conjunto de pratos variados, normalmente feitos no fogão dos tropeiros, fogo-de-chão, fogão a lenha, ou no tucuruva (fogão que era improvisado no meio dos cupinzeiros), a cozinha caipira agregou receitas como doce de banana, rosquinhas de pinga, farofa de içá (formiga), afogado, virado à paulista, frango caipira, vaca atolada, leitão à pururuca, entre outros. No litoral, os alimentos eram feitos pelos caiçaras com base na pesca e no cultivo de produtos da mata. Eles foram os responsáveis pela introdução do pratos feitos com peixe e farinha, como o pirão.
Exemplo de pratos típicos da Cidade e do Estado de São Paulo – SP tirados da Wikipedia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_de_S%C3%A3o_Paulo#Culin.C3.A1ria
Tradições paulistas:
Afogado
Rosquinha de pinga
Sanduíche de Mortadela
Arroz de Pescador
Azul marinho
Bala de Café
Bananinha
Bolinho caipira, Bolinho de Camarão, Bolinho de mandioca, Bolinho de Siri
Bolo Coruja, Bolo de Milho, Bolo de Roda
Camarão a grega
Curau
Cuscuz à paulista
Encapotado
Farofa de Içá
Feijão Gordo
Galinhada
João deitado
Lanche Buraco Quente
Paçoca de Carne Seca
Picadinho
Risoto paulista de camarões
Rojão de Capão Bonito
Leitão a pururuca
Linguiça bragantina
Mandiopã
Mandioca Frita
Meca santista
Paçoca de Amendoim
Sequilho de Coco
Sopa de Milho Verde
Taiada
Tainha Assada Recheada
Virado de Ervilha, Virado de Frango, Virado a Paulista